Com estoque em nível crítico, Amazonas tenta atrair doadores de sangue

O estado do Amazonas, que enfrenta atualmente momentos difíceis com o aumento do número de casos da covid-19, conforme admitiu, ontem (8), o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, está tendo que lidar também com a queda no volume de doações de sangue neste início de ano.

Segundo a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia (Hemoam), o menor número de voluntários nos primeiros dias de 2021 fez com que os estoques caíssem à metade do volume de sanggue considerado ideal. Simultaneamente, a demanda nas unidades de saúde públicas e privadas manteve-se na média de 150 bolsas de sangue diárias. A Hemoam é responsável pela distribuição de sangue para 27 unidades de saúde públicas e privadas de Manaus e de 43 cidades amazonenses.

Considerada crítica, tal situação agrava o quadro registrado em 2020, quando a fundação coletou 4,6% menos bolsas de sangue do que em 2019 (foram 51.800 doações contra 54.300), conforme a Agência Brasil divulgou nesta semana.

Para tentar melhorar a situação dos estoques, o hemocentro está convocando doadores voluntários de todos os tipos sanguíneos para comparecerem com urgência à sede da instituição, em Manaus. As doações podem ser feitas de segunda-feira a sábado, das 7h às 18h. A fundação tem mais de 500 mil voluntários cadastrados; mas apenas 150 mil doam sangue regularmente.

Para doar sangue, a pessoa precisa ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos e estar com boa saúde. Menores de 18 anos só podem doar com a presença dos pais ou responsáveis legais. O voluntário tem que estar bem alimentado e apresentar documento oficial com foto. Quem contraiu covid-19 ou outras síndromes respiratórias agudas, só pode fazer doação 30 dias após o desaparecimento total dos sintomas.

Plasma convalescente

Com o aumento do número de casos de covid-19 no Amazonas, o hemocentro retomou ontem (8) a coleta de plasma convalescente de pessoas que se recuperaram da doença. O material sanguíneo será distribuído aos hospitais que atendem pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Rico em anticorpos criados pelo sistema imunológico de pessoas que contraem uma doença viral, o chamado plasma convalescente é a parte líquida do sangue, que pode ser transfundido para um paciente cujo organismo ainda luta contra o mesmo tipo de vírus. A transfusão pode ajudar no processo de recuperação da pessoa debilitada que recebe o sangue, contribuindo para que seu sistema imunológico também crie anticorpos contra a doença.

Segundo o Hemoam, o plasma convalescente em casos da covid-19 está sendo usado experimentalmente, em todo o país, com aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por opção de médicos que, com o conhecimento dos pacientes, resolvem utilizar o produto como alternativa de tratamento.

No Amazonas, cerca de 70 pacientes já receberam transfusão de plasma com anticorpos desde que a prática foi autorizada, em maio de 2020, com a aprovação do Conselho Estadual de Ética (CEP). Ainda não há resultados conclusivos sobre a eficácia do tratamento, mas, em nota, a fundação diz que “há fortes indícios de melhora significativa quando o produto é transfundido na fase inicial da internação do paciente com covid-19”.

Para doar plasma convalescente, o voluntário precisa ser do sexo masculino; ter entre 18 e 60 anos e apresentar o resultado do teste PCR que comprove que teve covid-19. Além disso, os sintomas da doença já devem ter desaparecido há pelo menos 30 dias, e o candidato não pode ter tido hepatite B ou C, sífilis, HIV, HTLV ou doença de Chagas.

A coleta do plasma funciona por agendamento, pelos números (92) 3655-0166 e 98431-9920, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

As informações são da Agência Brasil