Esposa de homem atingido no olho por bala de borracha pede justiça

Parentes do homem atingido nos olhos por balas de borracha disparadas por policiais militares durante um protesto pacífico no Recife contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniram com o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, nesta segunda (31). No encontro, entretanto, não foram apresentadas ações concretas, de acordo com familiares das vítimas.

A família de Jonas Correia de França, que perdeu parte da visão, pediu justiça ao governo.

“O que eu espero é que tenha justiça, porque isso não pode ficar assim não. Nenhum ser humano merece passar pelo que meu esposo passou não. Não é porque nós somos negros, pobres e favelados que eles vão fazer o que quer. Ainda existe lei para gente, eles têm que ter consciência, eles têm que trabalhar por amor à farda”, afirmou Daniela Barreto de Oliveira, esposa de Jonas.

“A situação do olho dele está precária. […] O que a gente está lutando é para que tenha uma assistência a ele, um hospital melhor, porque está precária a situação dele ali naquele hospital”, afirmou Daniela, que participou da reunião, junto com o irmão de Jonas e a esposa deste.

Daniela também contou que, no encontro com o secretário, não foi discutido um apoio financeiro à família. “O que ele [o secretário] estava conversando com a gente agora foi a respeito da visão dele [de Jonas] e da saúde dele. Porque, em momento nenhum, a gente quer entrar em detalhe de dinheiro, nada, porque o negócio agora é a saúde dele”, declarou.

A mulher ainda demonstra revolta não apenas em relação ao caso do marido, mas à toda violência policial constante nas ruas.

“A justiça que a gente quer é que eles deem assistência ao meu esposo, que meu esposo tenha o direito dele e que isso pare, porque eu quero entrar com um processo para isso parar, para não acontecer com mais ninguém”, disse Daniela.

Segundo relatado por Daniela, a família de Jonas teve que arcar com as despesas de medicações para o tratamento. “O governo não deu nada, no hospital não tinha as medicações e a gente teve que comprar o remédio, a gente gastou de R$ 140 para R$ 150 de medicação para ele, e a medicação já está acabando, fora a passagem”, disse.

Por telefone, a assessoria de imprensa do HR explicou que as medicações não foram disponibilizadas pela unidade de saúde porque “não estão dentro do perfil do hospital”, que não oferece a especialidade oftalmológica. Com informações do Gazeta Web.com.