Hortaliças cultivadas no sistema prisional são doadas para instituições de caridade de Manaus

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) realizou a doação de legumes e hortaliças cultivados por internos do Centro de Detenção Provisória de Manaus 2 (CDPM 2), localizado no Km 8 da rodovia BR-174, que liga Manaus a Boa Vista.

Uma iniciativa da empresa cogestora em parceria com o Departamento de Reintegração Social e Capacitação (Deresc), a ação filantrópica aconteceu na manhã desta terça-feira (12) e beneficiou diretamente duas instituições que oferecem assistência a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, o Lar Batista Janell Doyle e o abrigo Nacer, localizadas nos bairros Mauazinho e Parque Dez, respectivamente.

Os produtos doados são resultado do trabalho realizado por detentos participantes do projeto de ressocialização “Trabalhando a Liberdade”, em uma Colônia Agrícola localizada em área anexa ao CDPM 2. A equipe de detentos do presídio cultiva e colhe, quinzenalmente, aproximadamente 800 maços de hortaliças entre chicória, cebolinha e coentro, além de alface e tomate.

Gesto de solidariedade

O gerente de projetos do CGPAM, consórcio responsável pela cogestão dos CDPMs 1 e 2, Alexandre de Moraes, destacou o lado solidário da ação em dar apoio às instituições, ao mesmo tempo garantindo que a produção orgânica tenha total aproveitamento.

“O consórcio CGPAM e a Seap atuam de forma estratégica para que não ocorra o desperdício de alimento, bem como para que as instituições sociais sejam atendidas. Vale ressaltar que a ação solidária é uma forma de mostrar que o reeducando está sendo ressocializado, cooperando com a produção dos produtos doados”.

Todo o processo de cultivo realizado pelos detentos acontece sem o uso de agrotóxicos, resultando em produtos 100% orgânicos. O saldo da produção é dividido para atender ao consumo da própria unidade prisional e para doações, enquanto o restante é repassado aos fornecedores de alimentos das duas unidades prisionais. Por sua vez, os fornecedores revertem o material em suprimentos para dar continuidade à produção agrícola.

Para a chefe do Deresc, Keyla Prado, a dedicação e o comprometimento dos internos que trabalham no plantio e cultivo dos produtos tornam a ação ainda mais gratificante. “Essas atividades já ajudaram muitos de nossos internos a repensar suas vidas e buscar alternativas. É um ciclo muito bonito, uma troca, pois eles sabem que o fruto do seu trabalho vai para a mesa de pessoas carentes”, avalia.

História

A produção agrícola já faz parte da história do Sistema Prisional do Amazonas. Em 2020, a horta do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) teve uma produção de aproximadamente 2 toneladas de tomates, também através do programa “Trabalhando a Liberdade”.

Remição de pena

Hoje, mais de 1.200 internos do sistema prisional já fazem parte do projeto de ressocialização, que garante um dia de pena a menos a cada três dias de trabalho ou estudo.

As informações são da assessoria