‘Não serei eu que vou cassar os limites políticos de Lula’, diz Haddad

O ex-prefeito de São Paulo e possível nome do PT para disputar as próximas eleições Fernando Haddad evitou na manhã desta sexta-feira, 12, confirmar que concorrerá à Presidência pelo partido em 2022 e disse que não seria ele a cassar os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nome preferido do partido caso seja autorizado pela Justiça a disputar as eleições. Com informações do ISTOÉ;

“Não serei eu que vou cassar os limites políticos do presidente Lula. Vamos deixar claro aqui que estamos em pleno julgamento da parcialidade do (ex-juiz e ex-ministro da Justiça) Sergio Moro”, disse o petista.

Na última semana, o ex-presidente Lula orientou Haddad a percorrer o Brasil, se apresentando como pré-candidato do PT à Presidência da República para 2022. A avaliação do partido é de que não será possível esperar o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que poderia restaurar os direitos políticos a Lula.

Outro objetivo do partido com a andança pelo País é conter a mobilização que o atual presidente Jair Bolsonaro tem realizado, principalmente durante a inauguração de obras nas regiões Norte e Nordeste. “Não podemos esperar que um presidente que não assume o cargo e está em permanente campanha fique sozinho no espaço público falando as atrocidades que ele fala, inclusive propondo coisas que vão contra a saúde pública”, afirmou Haddad.

O ex-prefeito de São Paulo afirmou também que o PT não deve deixar de apresentar um candidato à disputa presidencial, ainda que partidos de centro e esquerda defendam a tese de uma candidatura ampla. “Tenho o maior respeito pelo campo progressista, acho que temos de ter muita capacidade de diálogo, mas sempre fui da tese de que esta construção, em um País pluripartidário que tem a cláusula de barreira, é muito difícil os partidos não lutarem pela sua sobrevivência. Para isso (frente ampla), que tem o segundo turno”, afirmou. “Se há divergências programáticas, a gente tem o dever de apresentá-las no primeiro turno”.