Pandemia altera lista de produtos mais buscados em farmácias de Manaus

A pandemia de Covid-19 mudou praticamente tudo na rotina de saúde das pessoas, e um dos reflexos dessa mudança pode ser visto na lista de itens mais vendidos das farmácias. Em Manaus, produtos como máscaras, álcool em gel e oxímetro (antes nem cotado), aparecem em destaque no ranking das redes Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma, que representam mais de 50% do mercado local.

Já entre os fármacos, os campeões de venda são a Ivermectina, vitaminas C, antigripais e os chamados polivitamínicos, o que reflete o desejo da população em se “preparar” para o enfrentamento à doença que desafia a ciência, embora, até o momento, apenas a vacina seja uma arma comprovadamente eficaz nesse combate.

De acordo com os dados do Grupo Tapajós, que administra as três redes de farmácias, na comparação entre 2020 e 2019, a venda do álcool em gel cresceu 62%, a de luvas, 78%, termômetros também 78% e a de máscaras e oxímetros 100% para ambos, com tendência de crescimento ainda maior nesses primeiros meses de 2021.

“Antes da pandemia, nós não tínhamos para venda alguns desses produtos. Fizemos uma adequação no mix das farmácias para ajudar os clientes a encontrarem o que procuravam. E a razão é que a demanda por esses materiais era baixa, geralmente voltada apenas ao atendimento de profissionais da saúde e outros grupos específicos, mas, com a pandemia, tudo mudou”, comenta Sabrine Cordeiro, coordenadora farmacêutica do Grupo Tapajós.

Medicamentos

Entre os medicamentos, crescimento expressivo a todos os fármacos associados aos tratamentos da covid-19 indicados por profissionais médicos, e também para alguns defendidos como uma esperança de tratamento precoce, embora ainda sem comprovação. Dentre esses, o grande destaque vai para a Ivermectina, com crescimento de 5.819% para as caixas com quatro comprimidos e de 1.293% para as caixas com dois.

Remédios utilizados para tratar sintomas de síndromes gripais também ganharam destaque. A dipirona, conhecida por amenizar dores de cabeça e baixar a febre, teve crescimento de 83% na caixa com dez comprimidos.

No que se refere às vitaminas, os percentuais variam bastante por conta das diferentes opções de marcas, mas em termos numéricos, no total, Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma venderam, juntas, mais de 800 mil vitaminas ao longo de 2020. O número abrange desde à popular vitaminas C até a D e Zinco, dentre outras.

Onda ou tendência

Sem poder afirmar quando a pandemia vai acabar, a pergunta para o mercado farmacêutico é: essa alteração na lista de produtos mais vendidos é apenas uma onda ou uma tendência que veio para ficar? Segundo Sabrine Cordeiro, a segunda opção, embora com menor adesão futuramente.

“Existe um padrão de saúde pública para cada doença, ou seja, você sabe como tratar e prevenir. Logo, como a covid-19 não vai simplesmente sumir, o que aprendemos sobre o patógeno seguirá no futuro. Um exemplo é o do oxímetro, que antes era mais ligado aos profissionais de saúde. Hoje, é de extrema importância um paciente com covid-19 monitorar a quantidade de oxigênio no sangue”, analisa a coordenadora farmacêutica.

Com todos os altos e baixos do mercado, em 2020, o Grupo Tapajós cresceu 7% em relação a 2019 e a perspectiva para 2021 é crescer até 12%, segundo o diretor de marketing, vendas e consumer experience, Fernando Ferreira.

Com informações da assessoria